O Retrato da juventude Brasileira
Introdução
O Brasil conta, hoje, com o maior contingente de jovens de 15 a 29 anos de toda a sua história: são mais de 51 milhões,
apontam dados do IBGE. A sociedade não se preparou para receber este enorme contingente
de pessoas, nem lhe ofereceu as condições mínimas para o exercício pleno de sua cidadania.A ausência de políticas públicas específicas para esta faixa da população é um antigo problema. Mais do que nunca, os jovens
brasileiros mostram-se vulneráveis a questões como desemprego, violência e drogas, que vêm somar-se às mazelas decorrentes da falta de investimentos em educação, saúde, cultura e esporte. Experiências bem-sucedidas – realizadas tanto no Brasil quanto no exterior – demonstram que estimular o protagonismo juvenil e a força criativa do jovem mostra-se eficaz para enfrentar os desafios gerados por este quadro crítico. Para isto, o jovem deve ser encarado como sujeito, como pessoa capaz de participar, ampliar, influir e transformar projetos, programas e atividades implementados pelo governo ou pela sociedade civil.
Sugestões de Políticas Públicas
Municipais para a Juventude
Uma contribuição de Guilherme Ortiz, Cientista Políticoação parl
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Políticas Públicas para a Juventude
O primeiro passo, neste processo, é mobilizar o jovem. A seguir, é necessário oferecer-lhe as condições para uma atuação construtiva.
O atual contexto exige a urgente elaboração de políticas sociais setoriais – ações que trabalhem diretamente o potencial do jovem e desenvolvam seu conceito de cidadania e participação ativa na sociedade a partir de cada município.
A Juventude Hoje
· De cada dois desempregados no País, um é jovem e, mesmo entre os jovens que trabalham, só 35% têm carteira
assinada, a grande maioria está na informalidade;
• Os jovens são os que mais matam e, ao mesmo tempo, os que mais morrem em acidentes de trânsito.
• Os homicídios já são a principal causa de morte dos jovens – a cada duas mortes de jovens entre 15 e 24 anos,
uma foi por homicídio.
• Os jovens entre 18 e 24 anos representam dois terços da população carcerária no país.
• Estima-se que cerca de nove milhões de jovens, entre 15 e 29 anos vivam na indigência, com renda per capita de
até R$ 61 mensais.
• 22% das jovens entre 15 e 19 anos já são mães, a grande maioria delas, solteiras.
ação parlamentar
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Comissão de Direitos Humanos e Minorias
• Mais de um milhão de jovens não estudam nem trabalham, vivendo integralmente o chamado “ócio juvenil”.
• Ainda há um milhão de jovens analfabetos, metade deles morando em áreas rurais.
• A necessidade de trabalhar para complementar a renda da família ainda é o maior motivo para os jovens abandonarem
a escola.
• De cada 15 jovens brasileiros, apenas cinco conseguem chegar ao ensino médio e só um ao ensino superior.
• 87% dos jovens nunca foram ao teatro ou a museus.
• 60% nunca freqüentaram cinemas ou bibliotecas.
• 59% não vão a estádios nem a ginásios esportivos.
Movimento Jovem de Itaboraí